Professores de PE prometem nova greve a partir do dia 29 de maio
Assembleia realizada nesta quinta, no Recife, contou com 2 mil docentes.
Categoria rejeitou proposta de 7,01% de reajuste salarial.
Os professores estaduais de Pernambuco decidiram, em assembleia realizada nesta quinta-feira (21), no Recife, decretar a volta da greve da categoria a partir do dia 29 de maio. Os docentes rejeitaram a proposta do governo estadual de 7,01% de aumento para professores e de 6,12% para analistas e o quadro administrativo, até o final do ano. Desde o início da paralisação, que já teve a categoria de braços cruzados por 24 dias no mês passado, o movimento pede um incremento de 13,01% nos salários para todos os quase 50 mil profissionais.
Em nota divulgada à noite, a Secretaria de Educação de Pernambuco disse lamentar "a decisão tomada pela categoria de profissionais da educação em assembleia, nesta quinta-feira (21), em não aprovar proposta construída mediante diálogo na mesa de negociação. Decisão esta que prejudica a educação, os estudantes e suas famílias".
No dia 29, a categoria se reúne novamente para decidir os rumos do movimento grevista, em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco. De acordo com Fernando Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Educação em Pernambuco (Sintepe), desde a suspensão do movimento, no último dia 4 de maio, foram realizadas duas reuniões com representantes do governo para tratar da questão salarial. "A proposta fica distante do que pedimos, do que é direito. Vamos engrossar a nossa luta", disse. Cerca de 2 mil professores participaram da assembleia nesta quinta, realizada no Clube Português.
A proposta salarial do governo de Pernambuco leva em consideração a elevação de faixas profissionais dentro do plano de cargos e carreira, segundo o Sintepe. Foram propostas três elevações, o que corresponde a 2% cada, além de retroagir para janeiro o aumento de 0,84% concedido em abril.
A última rodada de negociação entre categoria e governo aconteceu na noite de quarta (20). De acordo com o Sintepe, além do reajuste, o governo propôs abrir concurso de 3 mil vagas ainda em 2015; gratificação para professores que trabalham em presídios aplicada a partir de outubro; além de aumentar em 60% o valor do vale-refeição apenas para professores que cumprem carga de 200 horas-aula e para servidores administrativos com jornada de 8h diárias.
Os professores vaiaram o valor oferecido e foram vestidos com uma camisa que dizia "100%; prometeu, cumpra", em referência à promessa de campanha do governador Paulo Câmara, para os quatro anos de governo. O Sintepe diz que, para que esse percentual seja cumprido, tem que ser dado um reajuste de pelo menos 19% ao ano.
Alguns alunos da rede estadual de ensino compareceram ao Clube Português, em apoio aos professores. Os estudantes Jemerson Tiago, Adryel Freitas e Alex Vinicius saíram do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, para defender os professores. "Acreditamos que a luta não é só deles, mas de toda a educação", destacou Adryel. A primeira paralisação dos professores aconteceu de 10 de abril a 4 de maio.
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