sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Correnteza do rio Amazonas ameaça 150 casas no Amapá

Velocidade da água, que era de 10 km/h, passou para 40 km/h.
Força da água causa desmoronamentos e já atinge imóveis.


Estudo apontou 100 casas em risco de desabamento (Foto: Raimundo Ramos/Arquivo Pessoal)
Um estudo apontou que 150 casas distribuídas em quatro ilhas no arquipélago do Bailique, emMacapá, correm o risco de desaparecer por causa da força do rio Amazonas. O laudo diz que a intensidade da maré está causando o “desmoronamento dos barrancos e das residências” no local, e classificou como “emergencial” a necessidade de relocação dos moradores para uma região segura. O desmoronamento da costa das ilhas não ocorre por causa do nível do rio, que continua o mesmo (1,7 metro), e sim ao aumento da velocidade da maré, que atualmente está em 40 quilômetros por hora. A correnteza era medida em 10 quilômetros por hora.
Algumas passarelas foram destruídas com a força da água (Foto: Raimundo Ramos/Arquivo Pessoal)

O levantamento das casas em situação de risco foi coordenado pelo engenheiro Raimundo Ramos, que pesquisa o avanço do rio Amazonas há pelo menos seis anos. O estudo foi realizado em janeiro de 2014, a pedido da Caixa Econômica Federal, para servir de subsídio ao Programa Nacional de Habitação Rural, que financia a construção e reforma de casas a famílias agrícolas.
Para Raimundo Ramos, a obstrução da foz do rio Araguari provocou o avanço das águas do rio Amazonas no arquipélago. “Após o estudo ambiental chegamos à conclusão que está ocorrendo esse problema por causa do fechamento da foz do rio Araguari, provocando desvio da água para as ilhas do arquipélago. No entanto, não sabemos o motivo do fechamento. Mas esse problema fez aumentar a velocidade do rio”, informou Ramos.
Casas à margem do rio correm risco de desabar (Foto: Raimundo Ramos/Arquivo Pessoal)
O assoreamento dos barrancos nas ilhas do Bailique atinge as comunidade Carneiro, São Pedro, Vila Cubana e Igarapé Grande, conforme mostrou o estudo.
O engenheiro explica que o problema no Bailique é semelhante ao que ocorre no bairro Aturiá, onde as casas à beira do rio Amazonas estão em risco de desabamento desde 2010. A Defesa Civil Municipal chegou a estabelecer a retirada imediata de 100 famílias do bairro.
“Não vai desaparecer nenhuma ilha, o que ocorre é o deslocamento do barranco por causa da força da maré. Ainda não temos um estudo preciso de até onde vai esse desmoronamento”, afirmou.
Força do rio Amazonas destruiu parte da orla de ilhas em arquipélago (Foto: Raimundo Ramos/Arquivo Pessoal)Força do rio Amazonas destruiu parte da orla de ilhas em arquipélago (Foto: Raimundo Ramos/Arquivo Pessoal)
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, Maycon Kirley, o órgão também irá realizar um levantamento para saber sobre as condições das famílias no arquipélago. “Vamos para fazer um estudo de situação de risco e caso seja necessário, iremos fazer o remanejamento das famílias para abrigos ou aluguel social até que haja uma decisão do executivo”, garantiu Kirley.

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