sábado, 15 de fevereiro de 2014

Linha Amarela: passa tudo, menos fiscalização


Caminhões circulam pela Linha Amarela antes das 10h. Foto Bruno Gonzalez

Quem passa pela Linha Amarela, na altura de Del Castilho, percebe que pouca coisa mudou desde que cinco pessoas morreram, há menos de um mês, depois que a passarela para pedestres foi arrancada por um caminhão. Se no alto, uma nova passarela surge, no asfalto as práticas são as velhas: de desrespeito às normas de trânsito.
A reportagem do EXTRA flagrou caminhões circulando livremente pela via, em horário proibido, ontem e anteontem. Muitos deles entre 9h e 10h, período em que aconteceu o acidente do mês passado. Nos dias de semana, a movimentação de caminhões na Linha Amarela não é permitida das 6h às 10h e entre 17h e 20h.
A Lamsa afirmou que faz o monitoramento e, quando surge alguma demanda, entra em contato imediatamente com o Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE). Questionado, o batalhão informou que aplicou, somente em janeiro, 1.422 multas em veículos em situações irregulares na Linha Amarela. O número é mais alto do que a média mensal de 2012 e 2013, que ficou em 243 multas. Os números de fevereiro não foram contabilizados. Mas é preciso mais.
Na quinta-feira, até um caminhão-cegonha para veículos pesados trafegava pela Linha Amarela, às 9h53m. Carros de entrega e veículos do tipo baú também foram vistos. No horário restrito, apenas veículos de serviços essenciais e caminhões de mudança poderiam passar pela via.
— Deus salvou a minha mãe. Se dependesse do governo, ela não estava aqui. No dia seguinte ao acidente, a polícia estava lá. Agora, o foco não está mais lá — desabafa Genilson Venâncio.
A mãe dele, Glaucia Andrade, de 56 anos, foi a única sobrevivente em um dos carros atingidos no acidente. Ficou presa às ferragens e, agora, vai a cada dez dias a um hospital público fazer curativos. Segundo o filho, Glaucia não recebeu ajuda hospitalar nem da Lamsa nem da Arco da Aliança, empresa proprietária do caminhão. Autônoma, ainda espera perícia do INSS. Outras duas pessoas se recuperam e uma outra sofreu só ferimentos leves.

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