sábado, 1 de março de 2014

Por dentro da Rural de Roger

Funcionando como carro de carga e, ao mesmo tempo, cenário para apresentações do projeto "Som na Rural", a perua ganhou fama no Recife


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A Rural do Roger, é bom que se diga, não é dele. O carro pertence na verdade ao produtor de vídeo Nilton Pereira, o Niltinho da TV Viva, de Olinda, sócio de Roger na empreitada de transformar a perua, fabricada no fim dos anos 60, no mais novo símbolo da cultura popular pernambucana.
Funcionando como carro de carga e, ao mesmo tempo, cenário para apresentações do projeto “Som na Rural”, a perua ganhou ainda mais fama ao se envolver em uma polêmica com a Prefeitura do Recife no mês passado, após levar uma multa por ficar estacionada em um espaço público durante uma apresentação.

Mas a história da Rural Willys 1969 começa mesmo com o fim de uma relação. No caso, o casamento de Niltinho, o atual proprietário. Ao se separar da esposa, que ficou com o Uno do casal, Niltinho saiu com R$ 3 mil no bolso. Como precisava de um carro para os deslocamentos diários, não teve dúvidas quando, diante dele, passou a Rural azul e branca com um papel escrito “vende-se”. Niltinho abordou o dono e, depois de muita insistência, fez com que ele baixasse o preço de R$ 3.300 pedidos pelo veículo.
“Não era o carro que eu queria, mas era o que eu podia pagar”, diz Niltinho resignado, mas sem traços de arrependimento pela escolha. Já são 16 anos de convivência entre ele e a Rural. Uma relação de muitas alegrias e muita dor de cabeça também. Não foram poucas às vezes em que o dono pensou em vendê-la. O impulso nunca se concretizou graças à filha, Maria. “Quando eu ia pegar ela na escola era aquela festa, todos os coleguinhas de Maria queriam andar na Rural”, relembra Niltinho. 
A sessão de fotos marcada na tarde da última quarta-feira com a Rural e Roger, seu tutor, atrasou quase uma hora. É que o temperamental veículo deixou o condutor na mão depois de estancar. Não, não era timidez pelas fotos, até porque Roger considera a Rural muito “amostrada”. Era falta de gasolina mesmo. Como o marcador de combustível não funciona, é preciso adivinhar a hora de parar no posto.

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