terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Praias de Itamaracá acumulam problemas

Moradores e turistas reclamam da falta de limpeza e sinalização, mas são os barraqueiros na faixa de areia que sentem no bolso a principal crise: faltam clientes

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As três principais praias da Ilha de Itamaracá (Jaguaribe, Pilar e Forte) acumulam problemas antigos: lixo e mato, calçamento obstruído, construções irregulares na faixa de areia e esgoto a céu aberto, que toma conta das ruas e invade a praia. A falta de infraestrutura somada à ineficiência do poder público resulta na insatisfação dos moradores e turistas. Comerciantes sentem no bolso a redução do número de visitantes ao que seria um dos principais destinos turísticos do Litoral Norte do Estado.
Na Praia de Jaguaribe, as pedras portuguesas do que ainda resta de um calçadão estão soltas, formando buracos e desníveis. A situação está tão crítica que, em certos trechos, não é possível distinguir onde termina a calçada e inicia a faixa de areia. Na principal praça do bairro, um dos bancos e muretas que demarcam o limite do local estão destruídos. O abandono é tão antigo que há carcaças de barcos na faixa de areia, ocupada irregularmente por alguns barraqueiros.
Não bastassem tantos problemas, há três pontos na praia que servem de despejo para o esgoto. Mato alto e todo o tipo de lixo podem ser vistos nessas áreas. Em um deles, há até cavalos se alimentando. Proprietária de uma barraca que fica próxima ao esgoto, Cosma Maria de Alcântara, 67 anos, culpa a administração pública pelo problema. “Isso afastou os turistas daqui, acabou. Nunca mais vi um americano. Itamaracá está acabada”, diz a vendedora, que alega ter sido a primeira a instalar um bar no local há quatro décadas.

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Abandono é o retrato da Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife
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Na Praia do Pilar, há amontoados de lixo em diversos trechos da faixa de areia. Em algumas ruas de acesso à praia, o esgoto a céu aberto marca presença. “É um mau cheiro enorme, e isso é muito antigo”, diz o frentista Valdir Firmino, 42. “O saneamento básico daqui é terrível”, destaca a turista de São Paulo Gislaine Schirpa, 52. Ela estava acompanhada da amiga Bárbara Lucena, 47, que falou da falta de sinalização. “Sinto falta de indicações para os pontos turísticos”, observa.
FORTE - Essa última queixa também foi registrada pelo turista suíço Bruno Von Allmen, 32. No início da tarde de ontem, ele tentou visitar o Forte Orange, mas se deparou com o local fechado. Para ele, restou apenas tirar fotos do lado de fora.
Quem tentou chegar à Praia do Forte foi recepcionado por uma enorme poça de água no meio do caminho, na areia, em frente ao Forte Orange. Além da inconveniente receptividade, era possível ver garrafas pet, sacos de lixo e pedaços de papelão jogados ao longo da muralha da fortaleza.
O descaso público também está estampado no letreiro que dá nome ao local: as letras “f” e “e” caíram da placa. Há ainda jogados na areia restos de palha que serviam para cobrir os quiosques do local.
Antes de se deparar com tudo isso, o visitante vê mato alto e acúmulo de lixo em quase todo o percurso da PE-01, rodovia de acesso à Praia do Forte.
PREFEITURA - A assessoria da Prefeitura de Itamaracá informou que os problemas de acúmulo de lixo, calçamento e saneamento básico serão resolvidos por meio do programa Projeto Orla, do governo do Estado. No entanto, o projeto está parado, porque o governo pede para o município solucionar primeiro a situação dos barraqueiros irregulares, mas a ilha não dispõe de recursos. Há um impasse.
Ainda de acordo com a assessoria, cerca de 40 placas com informações turísticas estão sendo confeccionadas e serão distribuídas em pontos estratégicos da ilha. A prefeitura argumentou que o Forte Orange fica aberto ao público todos os dias, das 9h às 16h, e que o local estava fechado ontem por alguma eventualidade, mas não soube precisar qual.

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